Conheça os 6 tabus sobre pós-parto que não falamos

1.    A ligação com seu bebê nem sempre acontece de forma natural

Seu bebê chegou e você deve ser a pessoa mais feliz da Terra, certo? Provavelmente, sim, mas não oficialmente. No começo, você vai se sentir perdida e vai pensar que não é normal, e ninguém irá te entender se disser isso em voz alta. Às vezes, a onda de amor incondicional pelo seu bebê pode levar um pouco de tempo e tá tudo bem!

Isso não significa que você não sinta amor suficiente pelo seu filho, você simplesmente precisa encontrar o seu caminho com paciência e lembrar que sua gravidez acabou quando seu bebê nasceu. Por outro lado, guardar tudo para si e temer o julgamento dos outros pode se tornar um problema. 

Você não tem alguém com quem possa falar sobre isso? Recorra ao outro cuidador, como o pai da criança, parentes, amigos, um grupo de mães, um terapeuta ou até mesmo uma parteira. Saiba que ter uma rede de apoio ajuda e muito nesse momento tão complexo e difícil.

2.    Amamentar pode ser um desafio

Alguns pais acreditam que a amamentação acontece de forma simples e natural, porém, esse momento também pode ser desafiador por alguns fatores e a falta de informação e preparo também contribuem para situações ainda mais difíceis.

Alguns desses desafios podem incluir dor ao amamentar por conta dos bicos rachados aos seios muito cheios, além disso, o ingurgitamento mamário (que é o acúmulo de leite nas mamas) acontece, normalmente na época da apojadura - que é a descida do leite. Há algumas situações também em que a produção de leite pode sim ser insuficiente, como na hipoplasia mamária ou quando há remoção de tecido mamário. 

Boa parte das mulheres relatam ter sofrido algum tipo de dificuldade no início da amamentação, mas com todas as informações necessárias, rede de apoio e consultorias especializadas é possível insistir, já que o aleitamento materno traz muitos benefícios para o bebê. 

Porém, essa é uma decisão sua e só você sabe as demandas reais, mudanças e cobranças que carrega ao longo da maternidade. Por isso, se este processo estiver causando uma grande carga mental, culpa e estresse, vale a pena reconsiderar.

3.    O desconforto físico faz parte do pós-parto

Depois de 9 meses gestando um bebê e dar à luz, seu corpo precisa de tempo para se recuperar. E esta recuperação acontece por meio de vários fenômenos que podem ser desconfortáveis ou até mesmo dolorosos. 

Os desconfortos físicos variam de lóquios (sangramento pós-parto) que duram de 7 dias a 6 semanas, dores pós-parto (contrações uterinas) que são mais comuns em mulheres multíparas, cura de uma cesariana, uma episiotomia ou uma laceração, seios ingurgitados durante a amamentação, problemas no intestino e urinários, até a reabilitação do períneo… Não é à toa que se fala tão pouco sobre isso, né? E tem ainda os problemas emocionais como a depressão pós-parto e o baby blues que muitas mães acabam apresentando.

Compartilhar com a rede de apoio vai evitar de se sentir sozinha com suas perguntas e dúvidas não respondidas, perguntando-se se aquele coágulo em sua calcinha é normal durante o sangramento pós-parto ou se perguntando o que fazer com sua cicatriz que ainda dói, ou com aquelas manchas vermelhas nos seios.

4.    A chegada do bebê pode ser um desafio para o seu parceiro

Seu parceiro ou parceira está em dois mundos diferentes? Discutindo sobre tudo? Você começou a questionar seu relacionamento? Esta situação tem nome e se chama: O choque do bebê.

Quando uma criança chega, os casais experimentam um verdadeiro tsunami. Fadiga, um ritmo frenético, todas estas perguntas, sua possível idealização da vida familiar, uma libido mais baixa, não há mais tempo para os dois... a dinâmica do casal está completamente virada de cabeça para baixo. Sem perceber, a agitação do início pode tornar-se repetitiva e mais difícil de ser superada.

Embora não haja solução milagrosa, a comunicação pode ser essencial para você dizer aquilo que sente e para entender melhor o que seu parceiro está passando. O diálogo é fundamental. Só que a falta de sono e as tensões com seu parceiro podem, às vezes, sugar a energia e o tempo necessários para consertar as coisas. Se você sente que está ficando cada vez mais difícil (re)estabelecer este diálogo, considere ver um profissional.

5.    A barriga fica mole e vazia

Enquanto as mulheres começam agora a falar mais e mostrar mais de seus corpos após o parto (especialmente nas redes sociais), as mudanças físicas de uma mulher durante o pós-parto continuam sendo um verdadeiro tabu. 

A mulher, às vezes, tem dificuldade de tocar a barriga vazia e flácida ou de se olhar em frente a um espelho. As mulheres pressionam a si mesmas para perder peso (e imaginam erroneamente que a maior parte dele irá desaparecer durante o parto). Esta questão de peso também tem um papel importante no bem-estar da mãe e pode contribuir para criar desconforto no pós-parto.

6.    “Carga mental” entrou no bate-papo

Cozinhar, lavar roupas, tarefas domésticas, compras, papelada... tudo isso precisa ser feito, não importam as noites sem dormir, não importa se seu bebê é muito exigente e se você tem tempo zero para você mesma. Isto é quando você descobre a "carga mental" com a qual precisa lidar. Pode ser uma experiência muito difícil depois de estar no centro do palco quando você estava grávida. Agora que seu bebê chegou, espera-se que você se recupere em poucos dias, que esteja disponível para tudo e que volte ao trabalho como se nada tivesse acontecido. 

Este é o discurso oficial, o que nos faz querer fazer sempre mais e melhor... com o risco de nos esquecermos de nós mesmas e de entrarmos no famoso "esgotamento dos pais". Aqui vai uma dica para te ajudar neste período difícil: procure ajuda psicológica e delegue tudo o que puder, especialmente depois de dar à luz. Desta forma, você vai conseguir se ajustar dentro do seu novo ritmo. E não se cobre demais. Faça sempre o seu melhor e lembre-se que o mais importante é ter paciência e fazer tudo com carinho. Essa fase vai passar.