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Madrasta: o estigma por trás do termo

Madrasta
Ser madrasta é ser uma pessoa ruim? Qual é o estigma por trás do termo madrasta? Qual o papel de uma madrasta na relação com os enteados?

Madrasta: o estigma por trás do termo

Quem nunca se solidarizou com a princesa que, após perder o pai, ficou sob a tutela de sua madrasta, uma mulher cruel, e passou por diversas humilhações? Além disso, já imaginou precisar fugir para a casa dos sete anões, por conta de seríssimas ameaças vindas de sua madrasta? 

Estes e outros contos de fadas são apresentados para nós desde a infância, trazendo com eles o peso negativo do termo madrasta. Será que o mesmo aconteceu com os padrastos?

Quando olhamos para a definição do termo ‘padrasto’ no dicionário, nos deparamos com a mais pura verdade: “homem em relação aos filhos anteriores da mulher com quem passa a constituir sociedade conjugal.” 

No entanto, ainda de acordo com a definição do dicionário, ser madrasta significa: “mulher má, incapaz de sentimentos afetuosos e amigáveis”, e não só isso, também é possível entender por meio do mesmo dicionário que madrasta pode ser “aquilo de que provém vexames e dissabores em vez de proteção e carinho”. Curioso, né?

Qual é a origem do termo madrasta?

A palavra madrasta vem do latim popular matrasta, que significa “a nova mulher do pai”. Nome, que veio ao mundo no século XIII, tem a raiz de mater que significa “mãe”. De acordo com filósofos, o nome desde o seu nascimento traz o estigma de uma mulher má, que foi se alastrando junto com as histórias ensinadas principalmente para as crianças.

Madrasta e mãe

 

Me tornei madrasta, e agora?

Tornar-se madrasta não vem com um manual de instruções, além disso, toda relação possui sua particularidade. A madrasta nada mais é do que uma pessoa adulta convivendo com uma criança, que agora é sua enteada. De forma geral, tudo vai depender de como esta relação entre vocês é construída ao longo do tempo.

Entender junto ao parceiro qual é a sua posição dentro desta relação é o primeiro passo, afinal, nem sempre a madrasta precisa ou até mesmo deseja assumir o papel materno. Depois disso, é importante entender quais as necessidades dos pequenos, conhecer suas personalidades e reconhecer algumas das suas emoções como o ciúme, por exemplo.

Apesar de não ser mãe e jamais tentar substituir esta posição, estabelecer limites, respeito e cuidados em conjunto com o pai é fundamental para que você se torne uma figura de referência para eles. Além disso, participar de uma rivalidade ou competição entre as crianças e o pai só desgasta a relação de todos os envolvidos. 

Onde encontrar mais informações?

A busca para se sentir acolhida dentro de uma sociedade que aponta a madrasta como uma pessoa má não é uma tarefa fácil. Normalmente, os grupos que contemplam mulheres maternando não incluem madrastas. Além disso, existem inúmeros grupos que auxiliam mulheres grávidas, mães e pais iniciantes, conteúdos sobre o processo de ser mãe, etc. Mas onde estão as comunidades que acolhem as madrastas? 

Pensando nisso, a educadora parental Mariana Camardelli, que além de tudo é enteada, madrasta e mãe aos 35 anos, criou a comunidade Somos Madrastas (@somos.madrastas no Instagram). Por lá, você encontra diversos conteúdos, que vão de relatos reais do dia a dia de uma madrasta, até dicas úteis para passar por momentos difíceis. 

Mari Camardelli

 

Em entrevista para GZH, a Mari conta que sempre foi aceita pela mãe de seus enteados, porém se sentia deslocada em rodas de conversa sobre maternidade. E foi durante a pandemia que a Mari se reinventou e transformou as dores em uma comunidade que hoje soma cerca de 50 mil seguidores. Além disso, já publicou livros e eBooks para reunir dúvidas e questões em um só lugar.

Em novembro de 2022, Mari lançou mais um livro com o apoio da Mustela, com o título “Madrasta & Mãe: e agora?” que aborda o tema da maternidade durante a experiência como madrasta. Acompanhe suas redes sociais para ficar por dentro dos próximos lançamentos.